28 novembro 2012

Socorro em montanha – 1ª parte




Vamos iniciar um novo capítulo de artigos baseado nos primeiros socorros na montanha. Estes artigos destinam-se quer a montanheiros sem conhecimentos de socorrismo quer àqueles com as respectivas formações em primeiros socorros, mais ou menos aprofundados. As técnicas aqui apresentadas serão meramente teóricas e exigem uma formação e treinos específicos de socorrismo. Desde já deixamos aqui o alerta que ninguém deve aplicar estas técnicas sem que antes tenha efectuado um curso de socorrismo, sob o risco de agravar as lesões, pensando que está a ajudar a vítima. Feita esta breve introdução passemos a abordar o tema.




O socorrismo na montanha constitui um tema complexo e com imensas variantes, que envolvem desde o ajudar um acidentado ligeiro num local de fácil acesso, até complicados resgates em zonas difíceis e com acidentados graves. No primeiro caso pode-se prestar socorros com poucos meios e com um transporte simples e improvisado. No entanto, quando o acidente ocorre numa parede ou num local de saída e acesso difíceis, o assunto complica-se, pois a evacuação inicial até ao solo ou local mais seguro, requer uma intervenção técnica que necessita de um mínimo de material e conhecimentos.





O resgate improvisado com os meios limitados de que, normalmente, dispõe uma cordada ou grupo, requere uma grande capacidade de improviso, sangue-frio e um óptimo conhecimento do material, assim como das manobras e cuidados elementares de salvamento. Esta não é basicamente a solução para todos os problemas. Porém com uma preparação adequada, talvez se consiga converter uma tragédia num simples susto. Um auto-resgate deste tipo, deve-se efectuar com as maiores garantias de segurança, pelo que, antes de se iniciar qualquer operação de salvamento improvisada e complexa, deve-se contar com a possível intervenção de helicópteros e grupos de resgate profissionais. Nem sempre é aconselhável iniciar um resgate improvisado, lento e desgastante, quando um helicóptero o pode solucionar numa questão de pouco tempo. Actualmente em quase toda a Europa está garantido o resgate com helicópteros, motivo pelo qual também trataremos num artigo próximo, o comportamento que devemos ter no caso de nos vermos envolvidos num resgate desse tipo.





Contudo, nem sempre é possível informar o local adequado para mobilizar correctamente a operação de resgate, e, além disso, o helicóptero tem as suas limitações, sendo nestes casos, a actuação dos montanheiros “in situ” decisiva. As pessoas e cordadas próximas podem ser de grande ajuda, uma vez que, quantos mais meios humanos e material tenhamos ao dispor, mais simples e rápida poderá ser a operação de resgate (ainda que mais difícil de coordenar).




O acidente

Apesar de poder possuir uma formação adequada, uma informação suficiente, uma boa condição física e um elevado nível de sensatez, um montanheiro pode sempre sofrer um acidente.




As operações de salvamento devem respeitar três normas básicas:

. Que não impliquem risco nem agravamento evidente das lesões para o acidentado.
. Que também não impliquem risco evidente para os resgatadores.
. Que se consiga garantir a evacuação de todos os participantes, uma vez concluída a operação.

Perante a nossa possível intervenção num salvamento, não nos podemos esquecer que ainda que prevaleça o dever moral e legal de prestação de socorro, a nossa actuação deve ser de acordo com os nossos conhecimentos, e não poderemos assumir funções para as quais não estejamos capacitados porque poderemos estar a realizar acções equivocadas e das quais não estamos seguros. Se devido a uma intervenção precipitada ou a uma errada manipulação do acidentado se agravarem as lesões de um acidentado, para além da nossa responsabilidade moral, poderemos terminar envoltos por um rigoroso processo judicial. Por isso, perante a dúvida, será aconselhável não efectuar nenhuma manipulação no acidentado.





Os problemas e situações que podem surgir são infinitos e seria impossível fazer uma relação de todos de forma a oferecer a solução mais prática. No entanto, possuindo os recursos e conhecendo as manobras necessárias, consegue-se sair da maioria das situações com a paciência e serenidade suficientes. Ainda que possamos dispor de suficientes recursos, faz falta estar dotado de um bom juízo de valores para decidir que acção ou que manobra ou sistema empregar em cada caso. Nem tudo vale para tudo, cada caso é um caso diferente. A solução passa com frequência por combinar diferentes sistemas ou improvisar variantes sobre o trajecto a percorrer, em função do terreno e dos nossos meios ao dispor.





Todos os montanheiros deveriam estar preparados para socorrer outros em caso de acidente. Se não possuirmos os conhecimentos e a experiência prática necessária, a boa vontade por si só não serve de nada. A prática periódica das técnicas de socorro, é uma garantia para qualquer montanheiro, que deparando-se com um caso, em que se mostre necessário o auxílio, saberá reagir com rapidez e segurança.




Causas



Os acidentes resultam, com frequência, de uma acumulação sistemática de erros, que separadamente não apresentam qualquer tipo de consequência, mas que juntos podem desencadear um final trágico.

Os nossos próprios erros, a fatalidade ou as mudanças naturais que ocorrem nas montanhas, podem ser a causa de um acidente, e uma vez que este acontece, de nada serve lamentar-nos ou repreender os erros a outros. A prioridade será procurar uma solução para o nosso problema. A solução adoptada, ainda que seja satisfatória, é geralmente traumática e complexa e com possíveis riscos adicionais.

Grande parte dos acidentes ocorrem em itinerários relativamente fáceis, durante incursões, ascensões clássicas e principalmente durante as descidas, quando o cansaço e a falta de atenção nos tornam mais vulneráveis.





A análise dos acidentes ou incidentes ocorridos, proporcionam-nos uma grande aprendizagem, e com todos eles se pode aprender algo.




As causas principais que provocam acidentes ou incidentes são:

Ignorância:

A escassa ou nula aprendizagem leva a erros facilmente evitáveis e com consequências geralmente graves. Os cursos de formação ou a contratação de um guia, deveriam ser o passo lógico para aceder ao montanhismo.




Inconsciência e superestima:

Ser consciente dos perigos a que estamos expostos em cada momento, é a melhor forma de os poder evitar, sendo igualmente importante termos o conhecimento das nossas próprias limitações e das dos nossos companheiros, para não chegar a forçar os limites técnicos ou físicos. Devemos ter sempre presente que “um grupo é tão forte como o membro mais fraco do mesmo”.




Como evitar os acidentes

Os perigos latentes na montanha são na maioria dos casos controláveis de acordo com as condições do terreno em que nos movimentamos. Agir devidamente tendo em atenção essas condições, é fruto de uma boa formação e experiência, que devem ser tão mais importantes quanto mais difícil e perigoso seja o meio envolvente.
Um profundo conhecimento do meio e a aprendizagem das técnicas necessárias, constituem a receita para evitar a maioria dos acidentes, tudo a par da experiência proporcionada por cada dia passado em montanha e claro com o sentido comum para não ofuscar e ajuizar cada situação com prudência.





O treino aumenta o rendimento e portanto a própria confiança levando-nos a ter uma boa condição física e psicológica.



Um equipamento adequado também pode evitar ou atenuar as consequências de um acidente.
Um bom estado de ânimo, juntamente com uma boa dose de prudência e resolução, são indispensáveis para o êxito das rotas mais difíceis e perigosas. Estes dois últimos termos: dificuldade e perigo, não necessitam de estar associados, sendo no entanto, dois factores da máxima importância no momento de eleger o trajecto adequado.
A sensatez do indivíduo é definitivamente o melhor remédio: prudência e cobardia, valor e audácia, são atitudes que convém saber distinguir.
De tudo isto, tiramos a conclusão de que a prevenção de acidentes passa por um rigoroso auto-controle dos nossos conhecimentos, pelo material, experiência e treino.






Actuação perante um acidente

Além de adoptar as medidas de prevenção mencionadas até agora, é preciso estarmos preparados para o caso de nos vermos envolvidos num acidente. A formação respeitante a primeiros socorros e auto-resgate deveria ser uma preocupação de todos os montanheiros e sobretudo para aqueles que progridem em países e locais,  onde a ajuda externa é difícil de se conseguir.
A melhor forma de poder pensar e acertar os passos a seguir,  depois de um acidente, é manter a calma, tratando de analisar a situação friamente. A precipitação apenas conduz a erros que podem agravar a nossa situação ou as lesões do acidentado.






O princípio básico do socorrismo fundamenta-se nos três pontos seguintes:

Atenção para com o acidentado por parte dos montanheiros, sem conhecimentos de socorrismo

No caso de não se conhecerem as técnicas de socorrismo, deve-se ser prudente de forma a não agravar o estado do sinistrado.

Nestes casos, a melhor atitude a tomar será:




Conservar a calma:

O nervosismo apenas vai contribuir para cometermos asneiras múltiplas, proporcionando  que agravemos o estado da vítima, quer física quer psicologicamente. Na verdade, para além dos danos físicos que poderemos originar , a vítima ficará apreensiva perante o nosso nervosismo, ficando com a sensação de se encontrar num estado pior do que ele é na realidade.




Proteger:

Uma vez junto do acidentado, a primeira medida será a de evitar que continue exposto a novos perigos ou que se agravem as suas lesões. Para tal deve-se avaliar as condições ao redor para detectar possíveis riscos que possam afectar o acidentado ou a nós mesmos. Deve-se também tomar todas as medidas necessárias para evitar riscos adicionais e ter sempre presente que se deve evitar deixar o acidentado sozinho.




Alertar:

Se contarmos com o número de pessoas suficientes, ou se tal for fácil desde a nossa situação em que estamos no momento, daremos o aviso aos grupos de socorro fornecendo a máxima informação possível, indicando com precisão a localização do acidentado, as dificuldades de acesso até chegar ao acidentado, as condições meteorológicas locais, o estado do ferido, a cor da sua roupa, e,  se possível fornecer um contacto telefónico (telemóvel, ou número do telefone de onde se deu o sinal de alarme).




Prevenir:

 Deve ter-se sempre em mente o evitar que se agrave o estado do acidentado, verificando a cada passo se está consciente. Este, se possível, deverá ser movido para um local seguro, ser agasalhado, e fornecido de líquidos quentes se estiver consciente, etc.
E finalmente, quando chegarmos a casa, deveremos ponderar seriamente em fazer um curso de socorrismo.






Se por outro lado, o montanheiro já possui conhecimentos de socorrismo, o próximo passo será:

Socorrer:

Aplicaremos os primeiros socorros com uma atitude sossegada e segura, tentando tranquilizar o acidentado, desdramatizando a situação e infundindo-lhe confiança. Nas horas seguintes este pode necessitar de toda a sua moral e capacidade de sofrimento. Evacua-se a vítima se for possível e necessário, ou preparamo-nos para esperar pela ajuda.





Esta ordem de actuação na montanha, é por vezes de difícil aplicação devidos às suas condições adversas e de isolamento, pois muitas vezes terá de ser adiado o alerta se não tivermos connosco pessoas suficientes para proteger e socorrer a vítima. Noutras ocasiões não será necessário dar o alerta quando o acidente, devido às suas características tiver uma fácil solução com os meios disponíveis no momento, e, no pior dos casos, quando não existir possibilidade de pedir ajuda e apenas dependermos de nós próprios. Socorrer e evacuar pode ser possível com os nossos meios limitados, mas atenção, pois a movimentação de um ferido grave é uma situação altamente perigosa se não se dispuser dos meios necessários para o imobilizar adequadamente. Perante a mínima suspeita de lesões cervicais ou medulares, não se deverá mover a vítima até que tenhamos disponíveis os meios adequados.






Procurar ajuda

Se decidirmos solicitar ajuda externa a grupos de resgate organizados, este pedido deverá ser efectuado quando se possa prescindir de algum companheiro e idealmente de dois junto do sinistrado. As pessoas que saem à procura de ajuda devem levar suficiente equipamento para garantir a sua segurança, devendo conhecer suficientemente bem o terreno e obviamente, devem possuir conhecimentos técnicos adequados ao terreno. Deverão marcar o caminho até ao local do acidente, para facilitar a orientação e rapidez do grupo de resgate. Mais importante que a rapidez, é chegar ao destino para dar o aviso, pelo que os “mensageiros” deverão ser extremamente cuidadosos no seu percurso.




Uma vez solicitada a ajuda, os “mensageiros” devem-se assegurar que fornecem todas as informações necessárias e zelar ao máximo por confirmarem que o resgate começou a ser mobilizado e se possível contactando directamente com os grupos de resgate que intervirão, bem como com os que farão a triagem de toda a informação, sendo esta atitude vital para o bom desenrolar da operação. A última missão dos “mensageiros” será a de conduzir os grupos de resgate até ao local exacto do acidente.






Dados importantes que devem ser fornecidos às equipes de resgate:

- Quem solicita o socorro?
- O que ocorreu? Descrição do acidente? Quantos feridos existem? Gravidade e tipo de lesões?
- Como ocorreu o acidente?
- Quando?
- Onde? Fornecer as máximas referências topográficas.
- Quantas pessoas estão no local do acidente aptas para prestar ajuda e de que meios dispõem?
- Que condições meteorológicas se verificam no local do acidente?
- Que condições de acesso existem até ao local do acidente?

Um acidente numa cordada de duas pessoas pode forçar a necessidade de abandonar o acidentado, mas apenas com a finalidade de ir procurar ajuda. Não é uma decisão fácil, principalmente para um montanheiro experiente. No entanto é necessário analisar friamente, avaliando a nossa situação e a nossa capacidade, tendo em conta diversos factores:

- Podemos deixar sozinho o ferido tendo em conta as suas lesões?
- Quanto tempo dispomos para regressar com ajuda?
- Que tempo meteorológico pode fazer nas próximas horas?
- Temos material e capacidade técnica e física suficientes para defrontar sozinhos o regresso?
- Conhecemos o terreno suficientemente bem para garantir que chegaremos a pedir ajuda?
- Que possibilidades temos de que alguém nos veja ou escute num período de tempo razoável?

Ainda assim, a decisão de deixar o acidentado deve ser tomada depois de observar as devidas precauções:

- Ele ficará a salvo de perigos objectivos.
- Bem atado, mas de forma que não se possa soltar num momento de crise.
- Antes de partir deverá ser realizado o tratamento possível e necessário das suas lesões.
- Ficará o mais abrigado possível, mas que seja visível ao longe.
- Deixar-se ao seu alcance todas as provisões e roupas disponíveis.

Se for impossível enviar alguém ou ir em busca de ajuda, faremos esforços no sentido de sermos  avistados ou ouvidos através de sinais ópticos ou acústicos.





Sinais de socorro

Os sinais internacionalmente reconhecidos como sendo de socorro, são a bengala de cor vermelha e o quadrado de pano vermelho com um circulo branco. Contudo na realidade quase nunca ninguém transporta consigo estes sinais.






Bengala vermelha





Quadrado de tela




O sinal mais prático durante o dia, poderá ser o agitar de uma peça de roupa de cor viva. A sinalização óptica ou acústica, como por exemplo lanternas, apitos, espelhos e  gritos devem ter a frequência adequada. Deverão emitir-se 6 sinais espaçados regularmente no transcurso de um minuto, com um minuto de pausa antes de se repetir a emissão. Os grupos de resgate responderão com 3 sinais num minuto e também com um minuto de pausa entre cada emissão. Se estivermos bem visíveis, o sinal mais simples de pedido auxilio será ficarmos de pé, com os braços levantados e abertos formando um “Y”. Porém, convém estarmos atentos ao que estamos a fazer, porque se mantivermos apenas um braço levantado, tal sinal significará o contrário, ou seja, que não necessitamos de ajuda.





SIM, necessitamos de ajuda






NÃO necessitamos de ajuda





Primeiros socorros em montanha

A cabal abordagem do tema dos primeiros socorros, por constituir uma tarefa extensa e complexa, exorbita das pretensões dos presentes artigos, pelo que aqui apenas se abordarão algumas normas de comportamento básicas. No entanto , por vezes é melhor realçar e ter presente “o que não se deve fazer”, para evitar as nefastas consequências de uma actuação equivocada. Recomenda-se encarecidamente a todos os montanheiros, que procurem formação neste campo através da frequência de cursos certificados e que não se cinjam exclusivamente à teoria, sendo que um bom manual de primeiros socorros deve fazer parte da biblioteca de cada um.
Como o seu nome indica, os primeiros socorros limitam-se às operações necessárias para prestar a atenção imediata e de emergência das lesões,  quando estas ocorrem em locais onde não existe a possibilidade de actuação de pessoal experiente e com os devidos meios. Não se pretende substituir o médico, no entanto, todos os montanheiros deveriam estar ao corrente das principais técnicas de urgência e serem capazes de ajudar outros montanheiros.
Em caso de dúvida, é melhor não fazer nada, do que tentar fazer algo e que vá prejudicar a vítima ou a sua futura recuperação. Isto não quer dizer que nos afastemos. A nossa presença, as palavras de ânimo e o calor humano, são também necessários e muitas vezes suficientes quando não podemos oferecer outra coisa que não seja reconfortar a vítima e pedir ajuda.
Os fins dos primeiros socorros são:
. Salvar a vida da vítima.
. Evitar mais lesões ao acidentado e impedir que se agravem as já existentes.




Confirmação das lesões

Perante um acidentado, actuaremos de forma sossegada e confiante, tentando tranquilizar a vítima (ainda que nós próprios não o estejamos) e fazendo uma avaliação inicial da situação. Se a vítima estiver consciente, será tudo facilitado, pois poderá ela própria orientar-nos sobre as suas dores.






Passos a seguir para confirmar e tratar as lesões

Avaliar as funções vitais: pulso, respiração e nível de consciência, tratando imediatamente a ausência de pulso ou respiração com a reanimação cardio-pulmonar.  Também se devem tratar com prioridade as hemorragias graves.

Proceder ao exame completo e sistemático do acidentado (da cabeça aos pés), inspecionando e palpando com cuidado, movendo o menos possível todo o corpo, para tratar de localizar e avaliar as possíveis lesões.

. Verificar eventuais hemorragias pelo nariz e/ou pelos ouvidos, sintoma de lesão cerebral, sendo também sintoma, o estado anormal das pupilas.

. Detectar feridas de qualquer tipo, avaliando a sua extensão e profundidade, tratando as hemorragias em primeiro lugar, em função da sua intensidade e natureza.

. Observar a rigidez abdominal (abdómen em tábua), indiciadora de hemorragias internas.

. Confirmar a existência de deformidades, dor, hematomas ou pontos sangrantes nos membros e articulações, para imobilizar possíveis fracturas ou luxações. As fracturas das costelas avaliam-se por compressão simultânea pela frente e por trás, quando este gesto desperta dor.

. Avaliar a mobilidade das articulações e sensibilidade das extremidades em estados de consciência.

 Aplicação dos primeiros socorros indispensáveis e com os meios disponíveis, uma vez localizadas as lesões evidentes, ou as suspeitas, mantendo o ferido confortável e aquecido.

Alertar os serviços de socorro, ou providenciar a evacuação da vítima pelos nossos meios.





Em todo este processo é necessário ter muito cuidado com a mobilização do ferido, garantindo que não apresenta lesões graves de coluna ou crâneo. No caso de existirem estas lesões ou simplesmente se suspeitar que existam, não se deve mover o ferido, sendo necessário esperar que a evacuação seja efectuada por pessoal de resgate especializado e com os meios necessários. Apenas se pode mexer a vítima, se a permanência num determinado terreno concreto a expuser a riscos eminentes, mas nestes casos, a mobilização deve ser feita por várias pessoas, mantendo o conjunto tronco-pescoço-cabeça como um bloco.




Perante um acidentado inconsciente, deve-se actuar de forma muito prudente, e tratá-lo e actuar como se este padecesse de fractura de pescoço ou coluna, visto que, ao não se poder inspecionar a dor nas costas, no pescoço ou a falta de mobilidade ou sensibilidade nas extremidades, não se pode confirmar se efectivamente existem lesões graves.




Os primeiros socorros, mesmo em regiões inóspitas não são complicados, mas deve-se ter um bom conhecimento deles para que se possa actuar rápida e decididamente quando as necessidades surgirem. A rapidez é na maioria das vezes a chave para a medicina de sobrevivência. Aprende as técnicas, frequenta um curso de primeiros socorros.





Verás que um pequeno gesto poderá salvar uma vida, e, se não souberes, e aplicares um gesto errado, poderás retirá-la. “Quando não souberes, simplesmente não mexas”, esta é uma regra de ouro dos primeiros socorros.




A título informativo, queremos dizer que a grande maioria das fotos deste artigo se referem a treinos levados a cabo pela Equipa de Socorro e Grande Ângulo da Cruz Vermelha Portuguesa de Braga, da qual alguns elementos são associados do CMB.

Boas caminhadas… e cada vez em maior segurança!

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